“As armas e os barões assinalados Que, da ocidental praia lusitana, Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo reino, que tanto sublimaram.” — Os Lusíadas, Canto I, estrofe 1
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Conversa sobre a Holanda, ou os Países Baixos.
Conversa sobre a Holanda,
ou os Países Baixos.
Porque publiquei dois
capítulos do meu livro, agora em Blog, “Além, No Mar Oceano - Aventuras
Transcontinentais da Humanidade”, http://alemnomaroceano.blogspot.com.br/
, nestas nossas conversas sobre a História?
Porque para escrever esse
livro, eu pesquisei a História da Holanda, história essa que é baseada no
esforço conjunto dos protestantes e dos judeus para a construção de um novo
mundo capitalista, e livre para todos os homens e mulheres de boa vontade.
Vamos continuar:
Judeus celebres na Holanda em
tempos idos:
Abraham Israel Pereyra
(Pereira), “o seu nome antes de deixar a Espanha era Thomas Rodriguez Pereyra,
e foi perseguido pela Inquisição”. Ele era de uma família de marranos em
Madrid, e chegou em Amsterdam, via Veneza, por volta de 1644, com seu irmão
mais novo, Isaac Pereyra”.
“Eles tinham "conseguido trazer
da Península Ibérica a totalidade da sua considerável fortuna e se tornaram uns
dos mais ricos negociantes na Holanda”.
Abraham Israel Pereyra foi
muito dado a obras de pias e de devoção, tanto que em 1659 fundou o yeshibah
Hesed le-Abraão, em Hebron.
“Em 1655 os dois irmãos,
Abraão e Isaac Pereyra, pediram ao governo de Amsterdam permissão para
estabelecer uma refinaria de açúcar na cidade”
"Os Pereyras são
descritos por seus companheiros judeus como comerciantes de riqueza e
influência, que ocuparam um lugar importante na Bolsa de Valores de Amsterdam,
a mais antiga bolsa de valores do mundo, iniciada pelo Dutch East India
Company, em 1602”.
“Durante muitos anos o
presidente da Comunidade Judaica Português em Amsterdã, morreu em Amsterdã em
1699, teve cinco filhos e três filhas. Uma das filhas, Rebeca, era a esposa de
Jacob de Pinto, outra, chamada Rachel, era a esposa de Abraham Cuitiño ".
Fonte: Roth,
Cecil, A Vida de Manassés Ben Israel, o rabino, impressora e Diplomat,
Philadelphia, The Jewish Publication Society of America de 1934.
David de Aaron de Sola - Rabino
e autor (Amsterdam *1796- + 1860)
Jacob Abendana - Rabino, hakham
(sábio) da Sinagoga dos Espanhóis e Portugueses em Londres, e filósofo (Espanha,
1630 – Londres, 12 de setembro de 1695)
Isaac Abendana (Espanha, ca.
1640 – Londres, 1710) foi o irmão mais novo de Jacob Abendana, e tornou-se
hakham (sábio) da Sinagoga dos Espanhóis e Portugueses em Londres depois da
morte de seu irmão.
Meu favorito:
Isaac Aboab da Fonseca, o primeiro
Rabino nomeado das Américas, “seus pais eram marranos, judeus que tinham sido
convertidos à força ao cristianismo -Rrabino,
cabalista, erudito, escritor, nasceu em Castro Daire, hoje no distrito de
Viseu, região Centro e sub-região do Dão-Lafões, 01 de fevereiro de 1605”.
Foi uns dos anciãos na
comunidade Português-israelita nos Países Baixos que excomungou Baruch Spinoza
pelas declarações deste filósofo feitas a respeito da natureza de Deus.
“Na idade de dezoito anos, foi
nomeado Chacham para Beth Israel, uma das três comunidades sefarditas que
existiam em Amsterdam”.
“ Em 1642, Aboab da Fonseca
foi nomeado Rabino na Sinagoga Kahal Zur Israel, na então colônia holandesa de
Pernambuco (Recife ocupada pelos holandeses em 1624), no Brasil. A maioria dos
habitantes europeus da cidade após a ocupação holandesa eram judeus sefarditas,
originalmente de Portugal, mas que tinha emigrado primeiro a Amsterdam devido à
perseguição pela Inquisição Portuguesa”.
“ Alguns membros da Comunidade
Israelita de Pernambuco, emigraram para a América do Norte e estavam entre os
fundadores da Cidade de Nova York”.
“ De volta a Amsterdam, Aboab
da Fonseca foi nomeado Rabino-chefe para a comunidade Sefardita, e durante esse
período a comunidade prosperou, tanto que a Sinagoga Portuguesa de Amsterdam, a
Esnoga, foi inaugurado no dia 02 de agosto de 1675 (10 Av 5435) ”.
“ Isaac Aboab da Fonseca
morreu em Amsterdam, no dia 4 de abril de 1693, com a idade de 88”.
Adoraria tê-lo conhecido.
Retrato do rabino
Isaac Aboab da Fonseca.
Palavras exatas
que estão no Livro:
"Este trabalho é uma tradução do Pentateuco em
espanhol, com um comentário por Isaac Aboab da Fonseca Ele estava preparado
para judeus em Brasil holandês, que por causa de sua herança ibérica seria
capaz de ler em espanhol. O retrato é do comentarista, Aboab da Fonseca, que
não foi apenas o primeiro Rabino no Brasil, mas também o primeiro Rabino para
vir para a América. "
Manassés ben Israel, Menasheh
ben Yossef ben Yisrael – “nasceu em Ilha da Madeira em 1604, com o nome de
Manoel Dias Soeiro, um ano depois que seus pais haviam deixado continente
Portugal por causa da Inquisição. A família se mudou para a Holanda em 1610”.
“Ele estabeleceu a primeira
imprensa hebraica na Holanda, e um de seus primeiros trabalhos, El Conciliador,
publicado em 1632, fez com que ele adquirisse uma grande reputação ”.
“ Em 1638, ele decidiu se
estabelecer no Brasil, e ele pode ter visitado a capital da colônia holandesa
de Recife, mas nela não se fixou”.
Uma das razões foi que sua
situação financeira melhorou em Amsterdam, já que os irmãos Abraão e Isaac
Pereyra, o contrataram para dirigir uma pequena Yeshivá (em judeu-português:
Jessibá) que haviam fundado na cidade para estudo da Torá e do Talmud.
Rabino, influente na
readmissão dos judeus na Inglaterra e sua introdução nos demais domínios do nascente
Império Britânico.
Manassés ben Israel foi o
autor de muitas obras muito importantes para o judaísmo.
“A esposa de Manassés, Rachel,
era uma neta de Isaac ben Judah Abravanel, judeu português conhecido
como Abravanel, estadista, filósofo, comentarista da Bíblia, financista, e
que segundo a Lenda tinha ascendência Davídica.
Manassés e Rachel tiveram três
filhos.
a- Samuel
Abravanel Soeiro, também conhecido como
Samuel Ben Israel, que trabalhou como impressor e ajudou seu pai com matérias
em Inglaterra.
b- Joseph,
morreu aos 20 anos, em 1650, em uma viagem de negócios desastroso para a Polónia.
c- Gracia,
nascida 1628, que se casou com Samuel Abravanel Barboza em 1646, e morreu em
1690.
Faleceu em Midelburgo, no sudoeste
dos Países Baixos, hoje capital da província da Zelândia, no dia 20 de novembro
de 1657.
Manassés ben Israel, Menasheh ben Yossef ben Yisrael
morreu muito satisfeito da vida, pois segunda a lenda a família de sua esposa
Rachel, os Abravanel, descendia do Rei Davi, e com isso seus filhos tinha uma
Grande Linhagem, uma ascendência Davídica. Fonte: Roth, Cecil, A Vida de Manassés Ben
Israel, o rabino, impressora e Diplomat, Philadelphia, The Jewish Publication
Society of America de 1934
Portrait of
Menasseh Ben Israel
by Rembrandt
Balthazar Orobio Alvares de
Castro, no judaísmo Isaac Orobio de Castro - filósofo, médico e apologista (nascido
em Bragança, Portugal, em 1617, e falecido em Amsterdam, no ano de 1687. Sua
esposa, Esther, faleceu na mesma cidade no dia 05 de julho de 1712), médico de
Duque de Medinaceli, denunciado à Inquisição, fugiu para Toulouse, França, em
cuja universidade lecionou medicina, recebendo honras de Luís XIV. Não satisfeito
emigrou para a comunidade Sefardita de Amsterdam em 1662.
Baruch Spinoza, filosofo e
artesão - (para os pais era Bento, em hebraico: ברוך
שפינוזה, traduzido
para Baruch Spinoza , portanto Baruch para
os judeus de Amsterdam, como Benedictus assinou sua Ethica, depois “ do o chérem,
equivalente hebraico da excomunhão católica, pelos seus postulados a respeito
de Deus em sua obra, defendendo que Deus é o mecanismo imanente da natureza, e
a Bíblia, uma obra metafórico-alegórica que não pede leitura racional e que não
exprime a verdade sobre Deus “ passou a assinar Benedito Espinoza,) –
de uma família judaica de origem portuguesa, nasceu Amsterdam, no dia 24 de
novembro de 1632, e faleceu em Haia no dia 21 de fevereiro de 1677, foi um dos
grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna,
juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz.
O banimento, em português de Spinoza (sic):
"Os Senhores do
Mahamad [Conselho da Sinagoga] fazem saber a Vosmecês: como há dias que tendo
notícia das más opiniões e obras de Baruch de Spinoza procuraram, por
diferentes caminhos e promessas, retirá-lo de seus maus caminhos, e não podendo
remediá-lo, antes pelo contrário, tendo cada dia maiores notícias das horrendas
heresias que cometia e ensinava, e das monstruosas ações que praticava, tendo
disto muitas testemunhas fidedignas que deporão e testemunharão tudo em
presença do dito Spinoza, coisas de que ele ficou convencido, o qual tudo
examinado em presença dos senhores Hahamim [conselheiros], deliberaram com seu
parecer que o dito Spinoza seja heremizado [excluído] e afastado da nação de
Israel como de fato o heremizaram com o Herem [anátema] seguinte:
Com a sentença dos
Anjos e dos Santos, com o consentimento do Deus Bendito e com o consentimento
de toda esta Congregação, diante destes santos Livros, nós heremizamos,
expulsamos, amaldiçoamos e esconjuramos Baruch de Spinoza [...] Maldito seja de
dia e maldito seja de noite, maldito seja em seu deitar, maldito seja em seu
levantar, maldito seja em seu sair, e maldito seja em seu entrar [...] E que
Adonai [Soberano Senhor] apague o seu nome de sob os céus, e que Adonai o afaste,
para sua desgraça, de todas as tribos de Israel, com todas as maldições do
firmamento escritas no Livro desta Lei. E vós, os dedicados a Adonai, que Deus
vos conserve todos vivos. Advertindo que ninguém lhe pode falar bocalmente nem
por escrito nem lhe conceder nenhum favor, nem debaixo do mesmo teto estar com
ele, nem a uma distância de menos de quatro côvados, nem ler Papel algum feito
ou escrito por ele."
“Os judeus, perseguidos por
toda Europa na época, especialmente pelos governos ibéricos e luteranos
alemães, haviam recebido abrigo, proteção e tolerância dos protestantes de
inspiração calvinista dos Países Baixos e, assim, não poderiam permitir no seio
de sua comunidade um pensador tido como herege”.
Era óbvio já que a Bíblia é a
Palavra de Deus escrita, e a Bíblia é o livro fundamento da Fé Calvinista.
Spinoza “morreu em um domingo,
21 de fevereiro de 1677, aos quarenta e quatro anos, vitimado pela tuberculose.
Morava então com a família Van den Spyck, em Haia. A família havia ido à igreja
e o deixara com o amigo Dr. Meyer. Ao voltarem, encontraram-no morto. Encontra-se
sepultado em Nieuwe Kerk churchyard, Haia, no Países Baixos”.
Obras escritas em latim:
Ética demonstrada à maneira
dos geômetras (Ethica Ordine Geometrico Demonstrata) - iniciado em Rijnsburg e
finalizado em Haia. Conteúdo:
Primeira parte: Deus
Segunda parte: A
natureza e a Origem da Mente.
Terceira parte: A
Origem e a Natureza dos Afetos.
Quarta parte: A
Servidão Humana ou a Força dos Afetos.
Quinta parte: A
Potência do Intelecto ou a Liberdade Humana.
Escritos em holandês:
Um breve Tratado
sobre Deus e o Homem (foi um esboço da Ética).
Diversos:
Tratado Político
(depois incluído na Ética)
Tratado do Arco-íris
Tratado da correção
do Intelecto (De Intellectus Emendatione) - Ensaio
Princípios da
Filosofia Cartesiana ("No apêndice, -Pensamentos metafísicos- Espinosa
revela seu afastamento cada vez maior em relação a várias teses de Descartes,
embora pareça apenas servir-se do cartesianismo para refutar a
escolástica." - Espinosa, Livres Pensadores, Coleção)
Tratado sobre a
Religião e o Estado (Tractatus theologico politicus) ou "Tratado Teológico-político"
Retrato de Baruch
de Spinoza
1665
Foram esses homens, com suas famílias,
com seus irmãos e amigos, que contribuíram com os da Casa de Orange para o desenvolvimento
da Holanda, dos Países Baixos.
Continua....
Rei, esposa morganática, & emigração protestante.
Rei, esposa morganática,
& emigração protestante.
As Casas Reinantes na antiga Europa eram por demais
fecundas.
Raros eram os Soberanos que não tinham Herdeiros para
seus Tronos.
Um ou outro porque era estéril, ou sua esposa era.
Contudo, havia sempre uma penca de irmãos, de sobrinhos,
de onde podiam sacar um novo Herdeiro para a Coroa.
Em alguns casos havia a Tradição da Lei Sálica e como
sempre a Historia acabava em Guerras entre os aspirantes ao Trono.
Mais, havia os que eram dados, até por demais, aos
prazeres da carne, verdadeiros ‘atletas do sexo’.
Essa condição de garanhão, na linguagem popular, era um
grande contrassenso, afinal eles eram Soberanos por Direito Divino segundo a
Tradição da Igreja e ela ensina que só se deve ter relações sexuais com o
intuito de procriar dentro do casamento realizado no seio da chamada Santa
Madre Igreja, mas vamos lá, cada cabeça que tenha a sua sentença.
Um bom exemplo é o nosso Luiz XIV, Rei de França e de
Navarra, Majestade Cristianíssima, ‘de la maison de Bourbon de la dynastie capétienne’.
Só uma curiosidade:
Louis Dieudonné, nome que quer dizer ‘o presente de
Deus’, era um daqueles que não gostava de tomar banho, e só como medicamento
tomou três na vida.
Fagon, seu médico, descreve o resultado do’ tratamento
por banho’ que ele receitou para Sua Majestade:
“O paciente passou por tremores, ataque de fúria,
movimentos convulsivos...seguidos de erupções, manchas vermelhas e roxas no
peito”. Fonte: ‘Journal de la Sante du Roi Louis XIV (1647-1771) de A. d’Aquin,
GCFagon, a. Vallot. Paris 1862.
Semivestido ele usava a ‘retrete’ – uma cadeira com
pinico- na frente de membros da Família Real, de Monsieur, dos Príncipes de
Sangue, dos Duques e dos Altos Dignitários ‘de la Cour à Versailles’, dos
médicos, dos serviçais, etc. e tal.
Como sofria de prisão de ventre era fã das lavagens
intestinais, nas quais eram utilizadas cânulas e seringas, e as ‘tomava’ na
frente do seleto grupo já citado.
Necessidades feitas, um camareiro o limpava por três
vezes com paninhos cortados para tal fim, não existia papel higiênico, nem era
levado um bidê para Sua Majestade se lavar, donde podemos concluir que não era
lá muito higiênico tal ato, e que de cheiroso não tinha nada.
Além do que Luís de Bourbon-Capeto suava demais, tinha
que viver trocando de ‘roupa branca’, pelo menos quatro vezes por dia, por
isso, e só por isso, era considerado um homem limpo, pois naquela época se
acreditava’ na roupa branca que limpa’.
É claro que já se tinha o perfume, mas não existia o
desodorante, donde se conclui que devia ter um cheiro de çeçe que não devia ser
‘bolinho’, alias Luís era alérgico a perfume, detalhes abaixo.
Diariamente cinco médicos vinham ver o Rei, foram eles Jacques
Cousinot, François Vautier, Antoine Vallot, Antoine de Aquino, Guy-Crescent
Fagon até a morte do rei, todos usando e abusando das sangrias e das lavagens
intestinais, as purgas com os terríveis clisteres, 5.000 em 50 anos de vida,
pois era purgado todos os dias.
Com seu ânus sangrava devido as hemorroidas, vivia usando
emplastros ou pomadas para evitar maiores sangramentos.
Uma purga no
século XVIII.
Museu Nacional do Azulejo,
Lisboa
Luís tinha um forte mau hálito por causa de seus
problemas dentários, tanto que para falar com suas amantes, ele colocava um
lenço perfumado na boca, mas como era alérgico a perfume, só suportava o de
Flor de Laranjeiras, isso segundo seu dentista Dubois.
Luís teve e tinha:
1- Varíola em 1647.
2- Problemas
estomacais e disenteria, doenças dolorosas e crônicas, devido a seus hábitos alimentares.
3- Tumores:
um no mamilo direito cauterizado em janeiro 1653.
4- Gonorreia
desde da mocidade: mantido em segredo.
5- Vapores
na cabeça (forte dor de cabeça) e dor nas costas – coluna- frequente.
6- Espinhas
por toda a face e outras partes do corpo.
7- Gangrena,
que iniciou nos dedos do pé, já perto da morte.
8- Febres.
9- Dor de dente, os seus dentes lado superior
esquerdo foram cauterizados várias vezes a picos de fogo (para suportá-lo
líquidos eram introduzidos através do nariz).
10- Fístula
anal que será operada pelo cirurgião Felix, em novembro 1686.
11- Problemas
urinários: cálculos renais o que fazia com que ele tivesse uma micção dolorosa.
12- Gota:
ataques insuportáveis no pé direito e no tornozelo esquerdo, considerada por
todos como “ uma verdadeira tortura”.
Luís XIV sofria tanto das hemorroidas que em pleno século
XVIII sofreu uma intervenção cirúrgica para extirpá-las.
Essa operação era tão delicada que o Clero de toda a
França foi convocado a rezar para o seu bom sucesso.
Não fiquem surpresos, mas aquele que se igualava ao SOL,
pedia as pias senhoras, ou senhoritas, aos padres e aos nem sempre austeros
monges, que intercedesse ao Deus dos Cristãos, dos Judeus e dos Huguenotes,
esse último povo e pessoas aquém tanto odiava, que o salvasse de todos os
males.
Madame de Maintenon, esposa morganática do Monarca,
escreveu aos responsáveis em Saint-Cyr da Maison Royale de Saint-Louis, uma Instituição
fundada por Louis Dieudonné a seu pedido para educar filhas de nobres e que era
dirigida por freiras, apesar de a Escola não ser convento, o seguinte:
« ...mas o Rei se portou muito bem é muito corajoso’.
Como podemos ver se salvou, mas eu acredito que o
‘cheirim’ continuou, pois, a descrição de sua morte prova o que agora escrevo.
Mas apesar disso TUDO, Sua
Majestade era o que chamamos de ‘ o garanhão’, não podia ver uma nova jovem da
nobreza na Corte que já arrastava, como um bom ‘coq gauloise’, um galo gaulês,
as suas asas.
Amante teve várias, a Grande
Historia fala delas.
Filho bastardo os teve muitos
e a todos legitimou.
E foi por causa “des les
enfants légitimes du roi de France” que a já citada, Françoise d’Aubigné, viúva
do poeta burlesco, o paralitico Paul Scarron, com quem casou pobre e aos 16
anos por sobrevivência, e ficou casada de 1652 a 1660, nascida em 27 de
novembro 1635, na prisão de Niort, onde seu pai foi preso por ordem do
Cardeal-Duque de Richelieu.
Ela era filha de Constante
d'Aubigné, outro debochado, “ que assassinou sua primeira esposa com seu amante
em 1619”, e de sua segunda esposa Jeanne Cardilhac.
Constante d'Aubigné era filho
de Theodore Agrippa d'Aubigné, um calvinista intransigente, famoso poeta e
amigo de Henrique IV, Rei de França e de Navarra, aquele que dize “ Paris vale
uma missa”.
Agrippa d'Aubigné ficou
conhecido graças a sua obra Les Tragiques, onde as Guerras da Religião são
contadas, bem como as perseguições aos huguenotes, bem como “a punição dos
conspiradores de Amboise e o Massacre de São Bartolomeu”.
“Após a morte de Richelieu, a
família foi para as Antilhas francesas, onde d'Aubigné foi nomeado governador
de Marie-Galante, embora ele e sua família permanecessem na Martinica.
D'Aubigné retornou para a França por volta de 1645, quase na miséria, e morreu
em 1647. Sua esposa e filhos retornaram à França do mesmo ano”.
Vida nada fácil da pequena
huguenote, mas podia ter sido pior.
Na volta da Martinica, a irmã
de seu pai, Louise Arthemise d’Aubigné, ou Madame de Villette, fervorosa
calvinista, deu mais uma vez abrigo a Françoise em seu Château de Mursay, em
Deux-Sèvres, hoje na região Poitou-Charentes .
“ Sua madrinha, Madame de
Neuillant, uma fervorosa católica, pediu a Rainha-mãe Ana da Áustria uma lettre de cachet para que ela cuidasse
de Françoise e que, também, a permitisse praticar o catolicismo, e assim
abjurar a Fé calvinista. A moçoila foi para num convento das Ursulinas, e “onde,
graças à doçura e carinho de uma freira, a Irmã Celeste, a menina finalmente
cedeu calvinismo. Agora católica passou a acompanhar sua madrinha, Madame de
Neuillant, nos Salões Literários parisienses”.
Num deles conheceu seu grande
instrutor, Antoine Gombaud, chevalier de Méré, um escritor que a apelidou de «
la belle Indienne », a Bela Indiana, pois a Martinica ficava nas Índias
Ocidentais francesas, e oficialmente ela tinha vindo de lá.
Le poète Paul
Scarron, premier mari de Françoise d'Aubigné
Paul Scarron morreu e só
deixou dividas, mas ela, com ele, adquiriu grande cultura.
Pensionista do Rei, ganhava
uma pensão de 2.000 libras, mais uma vez por favor da Rainha-mãe Ana da Áustria.
E por três anos foi amante de Louis
de Mornay, Marquês de Villarceaux, que a pintou desnuda.
Portrait de
Françoise d'Aubigné,
par le marquis de
Villarceaux
entre 1663 e 1664
Através de César Phébus
d'Albret, chevalier des ordres du roi, Marechal de França, e outros Títulos,
conheceu a prima desse, a famosa Maîtresse-en-titre du Roi, Françoise Athénaïs
de Rochechouart de Mortemart, ou seja, Madame de Montespan, mãe “des les
enfants légitimes du roi de France”, a saber:
Luís Auguste de
Bourbon, Duque de Maine, casado com Anne Louise Bénédicte de Conde;
Luís César de
Bourbon, Conde de Vexin, abade de Saint-Germain-des-Prés;
Louise Françoise de
Bourbon, Mademoiselle de Nantes, casou com Luís III de Bourbon-Condé, Duque de
Bourbon, sexto Príncipe de Conde;
Louise Marie Anne de
Bourbon, Mademoiselle de Tours;
Françoise Marie de
Bourbon, o segundo Mademoiselle de Blois, que se casou com Felipe d´Orleans,
futuro Regente durante a minoridade de Luís XV;
Louis Alexandre de
Bourbon, Conde de Toulouse.
Bonne de Pons, Marquesa d’Heudicourt,
nascida protestante, como Madame de Maintenon, mas abjurou e se converteu ao
catolicismo por conveniência, sobrinha do Marechal d'Albret, foi quem sugeriu Françoise
d’Aubigné para governanta dos filhos legitimados do Rei Sol.
“A desgraça progressiva de
Madame de Montespan, comprometida no caso dos venenos, nas missas negras, na
magia barata, fez com que Françoise d’Aubigné se tornasse sua grande rival”.
E Françoise, née d’Aubigné,
acabou casando com Luís Dieudonné.
Foi numa cerimonia privada, à
noite, celebrada por François de Harlay de Champvallon, Arcebispo de Paris, na
presença do Père La Chaise, confessor do Rei, do Marquês de Montchevreuil, de Claude,
Conde de Forbin-Gardanne (Chevalier de Forbin), e Alexandre Bontemp, valet do
Rei.
Nenhuma documentação oficial
do casamento existe, mas que ela ocorreu, no entanto, é aceito pelos
historiadores e biógrafos. A data é incerta pode ser na noite de 9 para 10 de
outubro de 1683 ou qualquer noite de janeiro 1684.
Pelo sim, ou pelo não, se
conta que essa união morganática durou de 9 de outubro de 1683 até 1 de
setembro de 1715, portanto 31 anos, 10 meses e 24 dias, tempo esse usado por Françoise
d’Aubigné para aumentar sua influência sobre Luís, Le Grand, daquele que afirmava
“o Estado sou Eu”, de ‘le Roi Soleil”, do Vigário de Cristo na Terra, após a
Sagração com os Santos Óleos, da divindade visível pela Doutrina do Direito
Divino dos Reis.
Sua influência sobre Luís XIV
era tanta que ela « criou » uma nova Era de rigor e devoção católico-romana, a
ponto de la Princesse Élisabeth-Charlotte, Madame e Duquesa de Orleans, por seu
casamento com Felipe, Monsieur le frère unique du Roi, lamentou o espírito de
fanatismo que tinha se abatido sobre todos os frequentadores da Corte no Palácio
de Versalhes, e de que nada mais era divertido durante " o reinado de
Madame de Maintenon ".
Luís XIV em trajo
de Coroação.
Como ela tinha grande poder
sobre o Rei Sol, um sol já no poente, sua participação foi decisiva, tanto na
revogação do Edito de Nantes, quanto na publicação do Edito de Fontainebleau.
E em sendo assim, culpada pelo
massacre de seus ex- irmãos, huguenotes ou protestantes, nas História de França
e, porque, não dizer, na da Humanidade.
Pelo Édito de Nantes, assinado
na cidade de Nantes a 13 de abril de 1598, por Henrique IV, Rei de França e de Navarra,
“ era concedido aos huguenotes a garantia de tolerância religiosa após 36 anos
de perseguição e massacres por todo o país, com destaque para o Massacre da
noite de São Bartolomeu de 1572”.
Pelo Édito de Fontainebleau,
assinado no Château de Fontainebleau, em 23 de outubro de 1685, Luís XIV revogou
o Édito de Nantes, “e 87 anos depois, a intolerância religiosa estaria de volta
a Bela França e domínios”.
A bem da verdade, o Papa
Inocêncio XI e a Cúria Romana foram contra o Edito, mas Luís ignorou o apelo
papal, pois sua esposa morganática queria, porque queria, esse decreto real
nefasto, para o seu reino.
“Os huguenotes voltaram a ser
perseguidos, e com isso a maioria fugiu para o estrangeiro, causando grandes problemas
econômicos ao país, problemas esses que só vieram a ser resolvidos na época do Segundo
Império Napoleônico, no governo de Napoleão III, de 2 de dezembro de 1852 até 4
de setembro 1870, com o começo da forte industrialização na França”. "
Françoise d'Aubigné,
intitulada Marquesa de Maintenon, conhecida como Madame de Maintenon, esposa
morganático de Luís XIV, Rei da França e Navarra, por 31 anos, 10 meses e 24
dias, morreu no15 de abril de 1719, na Maison Royale de Saint-Louis, em Saint-Cyr,
amada por pouquíssimos e odiadas por muitos e muitos.
A História da Humanidade é prova
disso.
A vida de Françoise é a prova
viva daquele celebre ditado:
O pior feitor é aquele
que já foi escravo.
Cenas Brasileiras
Por Debret
Quem se beneficiou dessa
emigração dos huguenotes e seus capitais, sua força de trabalho, sua dedicação
a Sã Doutrina, foram os Países Baixos, a Holanda, e por via de consequência o
capitalista Estados Unidos da América do Norte.
terça-feira, 12 de maio de 2015
Além, No Mar Oceano - Aventuras Transcontinentais da Humanidade: Ecos das palavras do Velho Príncipe.
Além, No Mar Oceano - Aventuras Transcontinentais da Humanidade: Ecos das palavras do Velho Príncipe.: Judeu e protestante numa conversa ombro a ombro em frente a The East India House Reinier Vinkeles. Esse autor escreveu um...
Ecos das palavras do Velho Príncipe.
Judeu e protestante numa conversa ombro a ombro em frente a
The East India House
Reinier Vinkeles.
Esse autor escreveu um livro de ficção
intitulado “Além, No Mar Oceano - Aventuras Transcontinentais da Humanidade”, e
alguns capítulos foram publicados no http://alemnomaroceano.blogspot.com.br/
“ Nada passa despercebido
ao MERCADO , essa palavra que sintetiza as
atividades no Mundo do Capital, e isso a mil ‘anos”
“ – MEESTER, MEESTER,
MEESTER ...”
“ – O que foi, calma”.
“ – Heer Ricardo. De oude prins está na saleta de espera
da Casa Bancaria”.
“ – Door Abraham, Izak en
Jakob !!! O que será que o Velho Príncipe quer de mim. De oude mens nunca veio até aqui, me passa a stola”, falou o aflito banqueiro ao pular da cama.
De pé, todo de preto, apoiado
em uma bengala de ébano com castão de ouro na forma de cabeça de águia, com a
mão direita no braço de seu fiel Johan, ambos escoltados por dois fortes
lacaios vestidos com capas negras onde estavam bordados o Brasão d’Armas da
Casa Principesca, com cara de poucos amigos, lá estava o Grande Senhor.
“ – Hoogheid, a que devo
a honra? ”
“ Heer Ricardo. Precisamos conversar
com urgência, urgentíssima”.
“ Por aqui. Uitmuntendheid”.
Os dois homens entraram em uma pequena e austera sala, não no
escritório do banqueiro, e de rosto quase colocados começaram a conversar.
Vez ou outra, o judeu suspirava alto e torcia as mãos, demostrando
grande aflição.
No final de um par de horas, saíram da saleta e se despediram
demonstrando em cada face uma grande aflição.
Bastou a porta se fechar para Menahem Ricardo começar a gritar o
nome de os seus auxiliares.
A Casa Bancaria Menahem
Ricardo & Associados entrou em rebuliço.
Respirava-se luxo e riqueza na sede da Casa
Bancaria Menahem Ricardo & Associados .
E não era
para menos, os Ricardo era
um dos mais ricos clãs judaicos, e os negócios realizados entre Amsterdam, Londres, Nova York, o Levante e Oriente Médio, traziam enormes
lucros para eles e seus associados.
Seus lucros aumentaram quando um certo ex- pirata, o português Estevão
Vilela, trouxe da Casa Bancaria Jacob Aboab da Fonseca, seu grande patrimônio,
e propôs se associar a eles nos negócios da Casa Bancaria.
Meester Ricardo tinha conhecimento dos grandes lucros que a Casa Bancaria
dos Aboabs da Fonseca, tinha com os depósitos dos piratas, dos bucaneiros, dos flibusteiros,
corsário, que pululavam pelos Sete mares, graça a um de seus associados, um
outro português, mas de origem nobre, Dom José João Sancho Dinis Afonso Pedro
Rodrigo Ferreira de Oliveira e York de Ribeiro Mousinho de Pernão Marques da
Torre das Terras dos Santos Mártires, o décimo nono Conde de Vila Nova das
Terras dos Santos, II Almirante dos Mares da Índia, apelidado pelos piratas do
mundo de “O Português”, negreiro e pirata, mas na Cia Holandesa das Índias, era
o respeitável Capitão José João.
Menahem Ricardo agora lamentava essa associação, e jogando seus
braços para o alto, exclamou:
“Nada passa
despercebido ao MERCADO ,
essa palavra que sintetiza as atividades
no Mundo do Capital, e isso a mil ‘anos”,
e chorou
O Mercado sabia que a Casa Bancaria era ,
também, de propriedade de Estevão Vilela.
E depois do revelado pelo Velho Príncipe eles estariam em péssima situação,
bem como todos os judeus de Amsterdam, e através do Mar Oceano.
O Ancião Hebreu , que agora estava chorando com
o rosto sobre
posto ao ombro deum de seus
colaboradores.
O velho Menahem Ricardo não havia esquecido dos fatos
acima descritos e rapidamente chamou seus homens de confiança para uma reunião tendo como
finalidade traçar
uma estratégia para
defender a Casa
Bancaria e os judeus das artimanhas de Estevão Vilela, agora conhecido como o
Comte de La Ruelle.
“Shalon”, falou o Velho
Judeu e um
coro de vozes
masculinas respondeu, “Shalon”...
“ Os senhores estão a par da visita do Príncipe
da Cia . Holandesa, portanto
vou direto ao assunto :
1) ההגנה הטובה ביותר היא התקפה טובה - a melhor defesa é um bom ataque;
2) temos que usar
de todos os nossos
meios para comunicar a nossos navios , aos navios
de nossos associados ,
aos navios de nossos
clientes que
ataquem e pilhem os da Cia Holandesa dos
Dois Mundos, nos Quatro Mares , no Mar Oceano . Onde
estiveram parados ou navegando;
3) que impeçam a qualquer custo não só as entregas
de mensagens como,
também, a vinda de algum capitão que for
chamado;
“- Abraham, Isaac e Jacob fiquem, os demais comecem a trabalhar ... Mazei’tov”
Fechada a porta Menahem
começou:
“- Quero que vocês tratem de todos
os grandes clientes
e não preciso
explicar como .
Dos outros sócios trato eu , Mazeiv’ tov”.
Todos os presentes na luxuosa sede Casa
Bancaria Menahem Ricardo & Associados sabiam que a Cia
Holandesa dos Dois Mundos pertencia a um associado da Casa, o ex- pirata
Estevão Vilela, agora conhecido como Comte de La Ruelle, um Título concedido
pelo Rei de França.
Chamou um moço pediu além do chapéu de pele o seu antiquado
"paletot”, que ia até os tornozelos, e os colocando partiu em
direção a "Esnoga", a Sinagoga Portuguesa
de Amsterdã, na Visserplein, pensando “המלחמה היא מלחמה” - guerra é guerra, já dizia Yehudah
HaMakabi.
O que ia o velho senhor, fazer ?
Procurou o Grão-Rabino
Samuel Israel Sarphati, um homem verdadeiramente sábio
e expos a situação .
O povo que
estava fora só
sabe que ela
foi longa , muito
longa .
Os que lá
estavam pararam e alguns já se levantaram para sair do local .
O jovem judeu entrou e ficou surpreso
com a palidez
do rosto do Sábio
Homem .
“ - Avise a todos que lamentavelmente não
os poderei atender hoje
que voltem em
dois dias e
chame o Rabi לוֹט Lot para mim, por
gentileza”.
Ao ouvir esse
nome o rapaz
se assustou, mas tentou ao máximo não demonstrar .
Na antessala cumpriu a ordem
e pedindo para que
Jacob, um rapazinho que
sempre estava lá
o assessorando, que ficasse tomando conta , descendo imediatamente
para um local que
ficava abaixo das rés do chão .
Batendo na porta com força , pois estava nervoso ,
ouviu uma voz rouca
gritar :
“-Não sou surdo. Não precisa bater tanto , nem com tanta força.
”
A grossa porta se abriu e um
robusto ancião
com cara de poucos amigos
apareceu:
“- Rabi לוֹט Lot, o Grão-Rabino
o chama com
urgência ”.
“- “Não seja dramático , pois sei que meu irmão não falou
esse ‘com
urgência ’, isso
é de sua autoria”.
O moço ficou vermelho
como um
pimentão .
Chocando o manto sobre as acostas לוֹט Lot seguiu o rapaz .
Ao entrar na sala
viu Menahem Ricardo e imediatamente
compreendeu que o problema
realmente precisava da ‘dramática urgência ’
do jovem Rabino.
O velho banqueiro levantou em
saudação ao recém-chegado.
“ לוֹט Lot...”, e de olhos fechados o Grão-Rabino
contou o que estava acontecendo.
“- Convoque imediatamente o
Conselho dos Anciãos ”,
foi à resposta rápida
de לוֹט Lot e se levantando saiu para ele mesmo dar as ordens .
E o populacho de Amsterdã, sem entender, viu o corre, corre, dos Estafetas da "Esnoga".
Eles levavam amaradas ao corpo pastas de couro, e dentro delas as convocatórias
para os Anciãos
Judeus da Cidade .
Algumas horas se passaram.
Paulatinamente os veneráveis anciãos entrevam silencio, cada um de
per si, num salão pegado na sala do Grão-Rabino.
Em pouco tempo, já estava
reunido o Conselho de Anciãos da Congregação de Judeus de origem
Sefardita "Talmud Tora ", da Sinagoga Portuguesa de Amsterdã.
O silencio era sepulcral .
As praxes foram seguidas e
a reunião começou.
Falou o Grão-Rabino que a seguir deu a palavra a Menahem Ricardo.
O Rabi לוֹט Lot com seu
vozeirão ordenou silencio e todos
se calaram.
O Grão-Rabino , então , começou pacientemente
a dirigir a assembleia.
Muitos falaram, vários pontos de vistas
foram externados, nenhuma acusação foi feita
e a uma conclusão chegaram depois de horas
de deliberações
Fazia-se necessário defender
os interesses dos judeus
no Mundo conhecido
e quanto mais
rápidas as ações , as perdas seriam menores .
Os Anciãos se retiraram e a
Sala foi tomada
por jovens
judeus , vestidos
de negro e com
os dedos sujos
de tinta , que
começaram freneticamente a escrever ordens em iídiche e outras línguas ,
enquanto um
leve e estranho
ruído de cascos
de cavalos abafados
por panos
amarrados a sua volta
eram ouvidos na Visserplein.
Para maior segurança ,
os cavaleiros-mensageiros eram despachados
de dia fora da cidade de Amsterdã, e a noite saiam da própria
Sinagoga.
Muitas vezes essas correspondências
eram entregues a homens
montados, com roupas diferentes, na periferia
da cidade , numa gruta, numa baldeação
que para os Anciãos trazia mais segurança, já que os cavaleiros iniciais podiam
ser seguidos.
Mais, sabemos que apesar de
todo cuidado
os boatos ocorrem e para
evitar que
soubessem o que constavam as cartas , muitas foram despachadas por
andarilhos enquanto
os cavaleiros iam exatamente
para o lado oposto do que estava
o destinatário da correspondência .
Os judeus eram mestres , e são ,
em se corresponderem de maneira que só D-Us, Adonai, O Senhor
dos Exércitos de Israel, sabe como .
As cartas chegaram e os destinatários tomaram as providencias cabíveis.
Desde a Queda de Jerusalém, em 70 e.a., o Templo incendiado e a cidade arrasada pelo então General e depois Imperador Tito, os judeus, vivendo em
Diáspora , estão acostumados a agir rapidamente em defesa de seus interesses .
Menahem Ricardo afinal pode
conciliar o sono ,
pode dormir as poucas horas
do dia como
sempre fez a vida
toda , mas
que diante
daqueles fatos não
conseguia.
“Muitos teriam prejuízos mais
seriam suportáveis, os que precisassem
de algum tipo
de ajuda, eles,
Em pouco tempo, já estava
reunido o Conselho de Anciãos da Congregação de Judeus de origem
Sefardita "Talmud Tora ", da Sinagoga Portuguesa de Amsterdã, o ajudariam”, foi seu ultimo pensamento
antes de adormecer .
E ao acordar o seu
primeiro pensamento
foi:
“ Para vivermos de acordo
com a vontade
de D-US temos que seguir
seus Mandamentos ,
suas Ordenanças ,
seus Ensinamentos ,
pois ai daquele que
deles se desviaram...”
Sacudiu um arrepio e se levantou do leito
para , mas um dia de Oração e Trabalho .
Menahem Ricardo e sua esposa Emunah
Imaginação segundo as vestes de época.
Assinar:
Postagens (Atom)