As descobertas do
Velho Príncipe.
Amsterdam vista do
cais de Mussel,
de 1667,
de Ludolf Backhuysen
Esse autor escreveu
um livro de ficção intitulado “Além, No Mar Oceano - Aventuras
Transcontinentais da Humanidade”, e alguns capítulos foram publicados no http://alemnomaroceano.blogspot.com.br/
Um de seus capitulo
é “As descobertas do Velho Príncipe ” , ambientado na Holanda, nos Países baixos, e com o estamos tratando dela, a Holanda, eu resolvi
transcreve-lo aqui em meio a nossas conversas.
“ – Essas descobertas
abalariam o mercado e todo nosso esforço para criar um belo, prospero, rico
mundo ”, falou alto o Velho Príncipe.
Tocando uma bela sineta de prata o Velho
Príncipe chamou seu fiel secretário particular.
Era a terceira geração de serviçais de sua família,
portanto o Nobre Cavaleiro podia ficar à vontade ante ele.
Essa era já um senhor de brancas cãs e depois
de fazer uma reverencia a moda da Corte de Versalhes, se pôs a ouvir o seu
Senhor.
“-Johan estou com um sério problema...”
Vendo o semblante angustiado do interlocutor
o ancião atalhou rápido, afinal Johan era o álter ego do Velho Príncipe:
“-É verdade temos um problema, meester”.
E continuou Johan:
“ - Eu vi a Guarda cercando a nosso prédio e sei que isso deve ser
para evitar transtornos”.
“- Exato e tudo isso por causa de um fils de pute de um
pirata, agora Conde do Rei de França, um traidor herético, e do Bispo de Roma ”.
Foi o tom do “Conde do Rei de França, um traidor herético, e do Bispo de
Roma” que chocou o serviçal.
“- Eu tenho que acabar com esse desgraçado e com o homem que se
veste de mulher para espionar para o Rei de França, e que até talvez se deita
com ele. ”“.
“- Como? Homem que se veste de mulher, que espiona para nosso
inimigo Luís, e que, talvez, se deita com outro homem, aqui em Amsterdã? ”.
“-Sim! E em um”“.
“- Sim. Sim. Sim”...eles compraram o castelo gêmeo a Le Château de
Warmond”.
Warmond
House (Huis te Warmond)
“ Essa cópia foi construída amando de um dos bastardos de Van
Leyden, de oude, que ficou rico com
contrabando de açúcar, vendo o que seu irmão legitimo filho, Cornelis Pieter
van Leyden, Sire de Vlaardingen, estava construindo Warmond resolveu copiá-lo e
como não conseguia acabar de pagar a obra, fugiu para o mar, vendendo a
construção para um tal de Ruivão, discípulo do notório espião Chevalier d’Éon,
que burlou a Imperatriz da Rússia, Catarina, se vestindo de mulher”.
“ Esse Ruivão é membro
atuante do Serviço Secreto do Rei de França, mas hoje conhecido como Cavaliere
de não sei o que...título dado por causa de uma comenda, também, comprada a
peso de ouro na Corte corrupta do Bispo de Roma“.
“- Fui informado por um dos nosso, que fugiu da França e está
tentando conseguir informações desse Ruivão, para passar a Organização que
retira nossos irmãos huguenotes daquele reino, que nesse castelo orgias e mais
orgias acontecessem. Dia e noite sem parar, não respeitando nem o Dia do
Senhor. ”
“- Não respeitam o Dia do Senhor? Isso é um absurdo! ”, declarou
vermelho de raiva Johan, um calvinista convicto”.
“- Meu Príncipe, o senhor tem que acabar
com isso. Com essas pessoas. Mais ainda pelo fato do pecado da luxuria do que
pela humilhação que passamos. É sua obrigação com o Senhor. ”
A consciência do Velho Príncipe ficou tranquila era o que
ele precisava ouvir de alguém de senso comum.
Agora podia agir sem nenhum pundonor, pois era uma obrigação com a
religião a atitude que ia tomar.
Começou a falar, como para si mesmo:
“...para o homem, todavia não se achava uma auxiliadora idônea.
Então, o Senhor Deus fez cair o homem em pesado sono e este dormiu; tomou de
sua costela e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tirou do
homem transformou numa mulher. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus
ossos e carne da minha carne; chamar-se varoa, porquanto eu sou varão. Por
isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, se tornado os dois uma só
carne. ”
Falou Johan: “- Gênesis. Capitulo 2, versículos de 20 a 24.”
Continuou o Velho Homem:
“- E destruiu Sodoma e Gomorra. ... Mas antes que deitassem, os
homens daquela cidade cercaram a casa de Ló, os de Sodoma, os sodomitas, tanto
os moços quanto os velhos, e falaram para ele; Onde estão os homens que, à
noitinha, entraram em sua casa? Traz para fora para nos abusarmos deles. ”
Falou Johan: “- Gênesis. Capitulo 19, versículos de 4 a 5. ”
Mecanicamente:
“- E a mulher de Ló olhou para trás e virou estatua de sal
enquanto Sodoma e Gomorra eram destruídas por uma chuva de fogo e enxofre. ”
“- Com homem não te deitaras como se fosse mulher! ”
E o outro como membro de um coro:
“- Levítico. Capitulo 18. Versículo 22”.
“- A mulher não usará roupa de homem, nem o homem usará roupa de
mulher, porque quem isso fizer abomina aos Olhos do Senhor Nosso Deus. ” E o
próprio completou “Deuteronômio. Capitulo 22, versículo 5”.
“- É por esses e outros que o senhor, mijn prins, tem que acabar com aquele antro de perdição”, rosnou
Johan.
O Velho Príncipe se levantou e foi caminhando até uma mesa
armário, entalhada artisticamente, e empurrando uma das figuras, uma porta se
abriu.
Do minúsculo local retirou um sinete cujo desenho está abaixo e o
entregou a Johan dizendo:
La Croix Huguenote.
Foi um adolescente promissor, devoto calvinista, fiel aos Países
Baixos, e a Casa Principesca, segundo a ótica de Marie Louise, casada com John William Friso, Príncipe de
Orange, nascida na Casa germânica de
Hesse-Cassel, Regente na minoridade de seu filho, William IV de Orange-Nassau,
que abriu as portas dos Países Baixos aos protestantes para lá viverem e
cultuarem a Deus segundo a Sã Doutrina, “très populaire, elle reçut de ses
sujets le surnom de "Tante Marie",” isso é, apelidada da
Marijke Meu ou Tia Maria”, que tremulo, mas consciente da importância do
ato, recebeu dessa Princesa consorte de
Orange o “sinete com a cruz huguenote ”
com a recomendação de que só em casos extremos o usasse, ou seja, em Defesa da
Fé ou das Províncias Unidas.
Marijke Meu havia dado o ‘Sinete com a Cruz Huguenote ‘ ao
hoje Velho Príncipe para ser usado em casos extremos, e ele considerou
que havia um caso extremo em seu querido torrão natal, onde a Fé Sã havia
grassado, havia prosperado o culto livre ao Senhor nosso Deus baseado na Bíblia
Sagrada, e a vida seguia conforme as disciplinas, as orientações, de Institutio christianae religionis, das
Institutas de João Calvino.
Tendo ouvido a Johan, seu álter ego desde menino, filho de uma
família de devotos protestante, ferrenho calvinista, decidiu, de sã
consciência, que era um caso excepcional, um caso extraordinário, um caso
monstruoso, estava acontecendo e que como um tumor ele tinha que ser extirpado,
mas precisava ainda de uma opinião.
A opinião era do Ministro Antoine d’Agde, escondido em uma de suas
propriedades em Amsterdã, por causa do Rei de França.
Pegou o ‘sinete’ e colocou nas mãos de Johan, dizendo:
“- Já sabe a quem você deve entregar. Guarde-o com sua própria
vida”, e frisou, “- há ambos. ”
Com uma mesura o secretario saiu por onde entrou.
“- Agora é hora de limpar o meu próprio redil.
Amsterdam
E tocou outra companhia, essa de bronze, para chamar os três
secretários que estavam a sua disposição. Um escrevia em holandês, outro em
francês e o terceiro em francês.
A ordem foi a mesma:
Todos os representantes da Cia Holandesa deveriam estar em
Amsterdam no prazo máximo de 6 meses. Que pudesse chegar mais rápido que o
fizesse, pois ele, o Príncipe Karolus Mauritius van Nassau-Siegen assim o
ordenava.
Johan Maurits van Nassau-Siegen, « le Brésilien », que foi Governador das Colônias Holandesas
no Brasil, com sede na cidade do Recife, com o nome holandês de Mauritsstad, no
bravo Estado de Pernambuco, é que foi o responsável pela grande fortuna
desse ramo da família do qual o Velho Príncipe pertencia e usufruiu, e
que aumentara de muito, com seu zelo e competência, as riquezas dessa família
principesca.
Afinal, a Doutrina de João Calvino “ admite os empréstimos a juros
(em contraste com a cavilosa doutrina católicas e dos luteranos), e a “ética
calvinista era e é o " terreno fértil " para o desenvolvimento da
economia capitalista moderna ".
Sobre Johan Maurits van Nassau-Siegen, « le Brésilien, o Velho Príncipe sempre pensava:
"A Companhia das Índias Ocidentais considerava que dificilmente ia a
curto prazo ter lucros com sua posse pernambucana, mas o governador tinha
objetivos mais amplos, que era o criar seu próprio reino na América do Sul,
pois fundou Mauritsstad, construiu um palácio magnífico, criou uma assembleia
de notáveis para agir como parlamento, estimulou a produção de açúcar e
protegeu seu domínio contra invasores. "
“E eu vou continuar a
sua obra em prol da Família, custe o que custar”.
Homens a cavalos, com
ordem de não parar para nada, foram despachados pela Europa, passaram os Alpes
, os Pirineus, chegaram até a Sibéria onde estava o velho amigo do Grão-senhor
holandês, o Príncipe Nikolai Borisovich Yusupov
Navios zarparam para os
quatro cantos do Mundo.
Flot-boats atravessaram
a Mancha, indo a Escandinávia, adentraram pelo Mar Báltico ate São Petersburgo.
Cruzaram os Atlânticos
Norte e Sul, o Mar Mediterrâneo, o Mar Vermelho, das Arabias, e o Oceano
Indico.
Nos principais centros e
entrepostos comerciais da Europa, das Américas, da Africa, da Asia e da Oceania
todos os grandes comerciantes estrangeiros ou nativos tinham conhecimento que
Sua Alteza o Príncipe
Karolus Mauritius van
Nassau-Siegen chamara os seus
homens para uma conversa em Amsterdã, e todos sabiam que depois desse fato as
relações comerciais internacionais não seriam certamente as mesmas.
Entretanto, querendo o Velho Príncipe
ou não, as outras informações tinham que ser reveladas aos judeus de Amsterdam,
já que eles trabalharam ombro a ombro com os calvinistas para o enriquecimento
dos Países Baixos e desenvolvimento do mercado pelo então mundo conhecido.
E ele ia tratar pessoalmente do assunto com Menahem Ricardo, sócio da Besta
do Apocalipse.
Quem
sobrevivesse veria...
Johan Maurits van Nassau-Siegen
Maurício de Nassau
Conde de nascimento e Príncipe do
Sacro Império (No final de 1652)
Commandeur de l’ordre protestant
de Saint-Jean, Bailado de Brandemburgo.
Dillenburg, Alemanha, no estado
de Hesse, no dia 17 de junho de 1604 –
Faleceu em Cleves, na Alemanha,
no estado da Renânia do Norte-Vestefália.
20 de dezembro de 1679, aos 75 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário