segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Homossexualidade sempre foi usada para aliciar espiões.

A Homossexualidade sempre foi usada para aliciar espiões.


Macaroni - Na Inglaterra dos meados do século 18 era um sujeito jovem e elegante.
Jovens “que excederam os limites ordinários da moda, em termos de roupas, alimentação exigente e jogos de azar”, portanto, que se vestia e até mesmo falavam de maneira excêntrica, especial. Esses jovens tinham ido para a Itália num “Grand Tour”, e desenvolvido um gosto muito especial pelo macarrão, um tipo de comida italiana pouco conhecido na Inglaterra, e na volta fundaram um clube para degustá-lo, o Macaroni Club.
Em meio aos Macaronis era fácil aliciar espiões.


A Homossexualidade sempre foi usada para aliciar espiões.

Meu amigo Alphonsus de Guimaraes costuma dizer que a epionagem nasceu com a “serpente no Paraiso, afinal ela espionava Adão e Eva”.
Depois Cain espionou Abel e essa espionagem acabou em um ato de sangue.
Josué madou espiãs para a Terra Promeitda e a maioria deles teve medo do que viu, só Josué e Caleb foram bons espiões.
Na Antiguidade, Dario, o Grande, “o terceiro soberano do Império Aquemênida, e que dominou boa parte da Ásia Ocidental, o Cáucaso, Ásia Central, partes dos Bálcãs (Bulgária-Romênia-Panônia), regiões do norte e nordeste da África, incluindo o Egito, a Líbia, o litoral do Sudão e a Eritreia, bem como a maior parte do Paquistão, as ilhas do Mar Egeu e o norte da Grécia, a Trácia e a Macedônia”, organizou um corpo de espiões que denominou ‘os olhos e os ouvidos do Rei’ para agir em seu imenso domínio”.
Em Roma era comum a prática da espionagem em todas as áreas da sociedade romana.
Júlio César construiu uma rede de espionagem para saber das conspirações contra ele, mas ela não funcionou e ela acabou assassinado.
“Na Idade Média, a Igreja Católica tinha mais poder do que muitos governos. E, obviamente, tinha uma rede de vigilância poderosa. Um dos comandantes do sistema foi o Bispo francês Bernard Gui, considerado um excelente escritor e um dos arquitetos da Inquisição”.
A atividade floresceu na Renascença.
A Rainha Elizabeth I incumbiu a Sir Francis Walsingham que criasse e administrasse um corpo de espiões.
O Cardeal-Duque de Richelieu instituiu de facto o Serviço Secreto francês.
Os espiões de Richelieu eram de ambos os sexos, podendo usar do travestismo para melhor cumprir suas funções, lembrado que se vestir com roupas do sexo oposto era pecado aos olhos da Santa Madre Igreja de Roma.
Enfim, todos os governantes tinham seus espiões espionados outros governantes, pela História em todos os tempos.


Os documentos secretos eram mantidos em gavetas, também, secretas do bureau real, a única chave para abri-las Luís XV leva pendurada em seu pescoço.

O Secret du Roi de France.
Os Luíses de Versalhes precisavam de um bom corpo de espiões e Luís XV resolveu dar um jeito no que herdou de seus antecessores no Trono de França.
Para tal tarefa convocou Louis-François de Bourbon-Conti, Príncipe de Sangue, Príncipe de Conti, Conde de La Marche, Marechal de Campo (1734) Tenente-General (1735), Cavaleiro da Ordem do Espírito Santo, Grão Prior da França na ordem de São João de Jerusalém, para organiza-lo a partir do final de 1752, a princípio para colocar esse ambicioso Príncipe de Sangue no Trono da Polônia.
Curiosidade em 1760, ele comprou em Vosne-Romanée, em Côte-d'Or, na Borgonha, um vinhedo que leva o seu: “La Romanée Conti”, e produz um vinho mítico e um dos mais caros do mundo, o Romanée-Conti, e não se tornou Rei da Polônia, ao meu ver fez melhor negócio.
Depois, Luís XV nomeou a Jean Pierre Tercier com uma incumbência maior, ou seja, de “supervisionar os vários departamentos dos Negócios Estrangeiros”.
A seguir nomeou ao embaixador Charles-François de Broglie, Conde de Broglie, Marquês de Ruffec, cavaleiro da Ordem do Espírito Santo (Versalhes, 02 de fevereiro de 1757), tenente-general (1760), comandante do Franche-Comté (1761), governador de Saumur (1770), primeiro coronel dos Granadeiros da França.
Como qualquer Serviço Secreto “ o Secret du Roi” tentou influenciar as políticas de outros Estados Soberanos na Europa. 




Us et coutumes à la cour de Versailles (Usos e costumes da Corte de Versalhes), ou Étiquette à la cour de France (Etiqueta na corte da França), a famosa Corte dos Luíses, os Reis de França,
O introdutor dessa Regra de Etiqueta foi Louis Dieudonné, Luís XIV, que dançava Ballet vestido de Sol resplandecente, ante uma Corte embasbacada. 

O Sol Radiante

Na moda:
A moda masculina se modificava mais do que a moda feminina.
Os homens chegavam a usar falsos quadris, ombreiras, enchimentos para diversos para disfarçar qualquer tipo de deficiência física, como falsas panturrilhas sob as meias, laços e laçarotes de fitas coloridas, perucas e postiches, e sapatos de saltos altos, Monsieur frère unique du Roi, Fils de France, lançou a moda dos saltos (tacões) vermelhos para a realeza, enfim o homem se enfeitava como um pavão e se pavoneava para valer com seus jeitos e trejeitos adamados.
“Durante muito tempo, as mulheres eram vestidas por alfaiates que faziam as roupas dos homens, mas Madame Villeuneuve e Madame Charpentier acabaram se impondo, e aí a relação mudou com os alfaiates masculinos”.
“ As toilettes femininas, também, passaram a ter riquezas, ostentação com brocado de ouro, damasco, cetim, veludo, todos sobrecarregados com rendas, passamanarias, de prétintailles (uma faixa de tecido usada como ornamento para a roupa feminina), todas usando espartilhos”.
“Os penteados se tornaram verdadeiras obras de arte”.
“ A mantilha era usada, e o acessório que se tornou indispensável, foi a mosca, "pequeno círculo de tafetá ou veludo negro, que podiam ser colocadas em vários locais do rosto, e, assim, revelar algum aspecto do carácter da dama que usava, todavia, os homens, também, usavam as moscas”.
“Haviam as luvas, lenços tafetá com rendas, laços, e mascaras de cetim na maioria da vez de cor preta”.
“ Tantos os homens, como as mulheres, abusavam da maquiagem, principalmente aquelas que deixavam o rosto muito branco, lívidos, e a partir de 1673, todos usavam “rouge”, que era a marca dos aristocratas, nas bochechas”.
“Colocar Fard, ou seja, maquiagem embaixo dos olhos significava o símbolo do amor, mas também de adultério, isso na ótica de Luís XIV”.
Nessa Corte de Versalhes, que lanço moda para o mundo civilizado de então, que ambos os sexos assim se vestiam e se maquiavam exageradamente, os modos maneiros, o maneirismo se tornava indispensável.
Significado de Maneirismo: É a gesticulação artificial, exagerada ou ritualística de movimentos corporais, empregada de maneira especial “à la cour de Versailles”, na Corte dos Reis de França.
Isso tudo segundo Jean-François Solnon, historiador francês, nascido em 1947 em Lons-le-Saunier, Doutor em História e Doutor em Letras, professor de história moderna na Universidade de Besançon, especialista no Ancien Régime (no Antigo Regime em França), no Império Otomano, ele é o autor de uma dúzia de ensaios e biografia históricas e vencedor de vários prêmios.
E Jacques Levron, Jacques Georges Philippe Marie, Archiviste honoraire, Professeur honoraire, em seus “ La cour de Versailles aux XVIII et XVIII siècles, Hachette, 1965 (rééd 1996), e Les Inconnus de Versailles, Tempus Perrin, 1968 (rééd 2009).
Em todas as gerações da Humanidade nasceram mulheres feias com cara de homem, e homens bonitos com cara de mulher.
Veremos dois quadros demonstrativo a seguir:








Assim, ficava fácil, até a Revolução Francesa, período em que a moda mudou muito, um homem se passar por mulher e uma mulher se passar por um homem, muito fácil mesmo.
Esse foi o caso do Chevalier d’Eon.

“Charles, chevalier d’Éon de Beaumont, (born Oct. 5, 1728, Tonnerre, Fr.—died May 21, 1810, London), French secret agent from whose name the term “eonism,” denoting the tendency to adopt the costume and manners of the opposite sex, is derived.

His first mission was to the Russian empress Elizabeth in 1755, on which he seems to have disguised himself as a woman. After good service as a dragoon captain, he went to London in 1762, with the Duc de Nivernais (Louis Jules Mancini). On returning to Versailles with the Treaty of Paris ratified (1763), he received the cross of St. Louis. Sent back to London ... (100 of 294 words)
Encyclopædia Britannica
Tradução Livre do acima em ingles:
“Carlos, Cavaleiro  d'Eon de Beaumont (nascido em 05 de outubro de 1728, Tonnerre, França, morreu em 21 de maio de 1810, Londres), agente secreto francês de cujo nome deriva o termo "eonismo" , denotando a tendência para adotar o vestir e ter as maneiras do sexo oposto. [ Eonistas são pessoas que valorizam o sentido de disfarçar-se, de "passar" como se fosse do sexo feminino].
Sua primeira tarefa foi junto a Imperatriz russa Elizabeth em 1755 , disfarçado de mulher. Depois desse bom serviço ele foi enviado para Londres em 1762 como Capitão dos Dragões , com o Duque de Nivernais (Louis Jules Mancini). Ao retornar a  Versalhes com o Tratdo de  Paris ratificado (1763), ele recebeu a cruz de St. Louis. Enviados de volta a Londres ... (100 de 294 palavras)
Encyclopædia Britannica
http://global.britannica.com/



Charles, chevalier d’Éon de Beaumont, dressed as a woman, soft-ground etching, 1791.
Library of Congress, Washington, D.C. (Digital File Number: cph 3c01757)
Tradução livre:
Charles, chevalier d'Eon de Beaumont, vestido de mulher, gravura de 1791.
Biblioteca do Congresso, Washington, DC (Número do Arquivo Digital: cph 3c01757)

Isso posto, vamos ao Chevalier d’Eon.
Charles-Geneviève-Louis-Auguste-André-Timothée d'Éon de Beaumont, era filho de Louis d'Eon de Beaumont, advogado e diretor dos domínios do Rei, prefeito de Tonnerre e sub-delegado do Intendente do généralité de Paris, portanto da pequena Nobreza de Robe.  A mãe de d'Eon, Françoise de Charanton, era a filha de um Comissário Geral para os exércitos das guerras de Espanha e Itália, portanto ricos burgueses.
Charles-Geneviève prossegue seus estudos no collège Mazarin, em Paris, e obtém o Diploma nas disciplinas de direito civil e canônico, logo se matriculou como advogado no Parlamento de Paris, em 22 de agosto de 1748.
Excelente cavaleiro e esgrimista, chamou atenção de todos e com isso criou um ótimo círculo de relações, entre essas pessoas estava o Príncipe de Conti, primo do rei Louis XV que nomeou censor real para História e Belles Lettres-  D’ Eon havia escrito e publicado várias “Considérations historiques et politiques, ou Considerações Históricas e Políticas, muito ao gosto do Príncipe de Sangue.
“ Segundo a lenda, d’Eon, vestido como uma mulher, teria sido notado pelo Rei em baile de máscara, e diante de tal versatilidade foi recrutado para “ Le Secret du Roi “, o “cabinet noir “, gabinete preto, de onde Luís XV implementava sua política paralela, extraoficial.
 Assim com 28 anos, em 1756, d'Eon se juntou a rede secreta de espiões do Rei de França.
Em sua primeira missão foi junto a Imperatriz Elizabeth de Todas as Rússias, d'Eon estava disfarçado como Madame Lea de Beaumont, e serviu como uma dama de honra para a Imperatriz.
D'Eon voltou para a França em outubro de 1760, e lhe foi concedida uma pensão de 2.000 libras como recompensa pelos bons serviços na Rússia.
A seguir, foi nomeado Capitão de Dragões sob o comando do Marechal de Broglie e lutou nas ultimas fases da Guerra dos Sete Anos, sendo ferido Ulstrop, na Batalha de Villinghausen, de julho de 1761.
Louis-Jules Barbon Mancini-Mazarin, Duque de Nevers, diplomata e escritor francês, membro da Academia Francesa, foi nomeado como negociador em Londres do Tratado de Paris, ou o Tratado de 1763, assinado em 10 de fevereiro de 1763 pelos representantes do Rei da Grã-Bretanha, da França, da Espanha, e de Portugal, como observador, após a vitória da Grã-Bretanha sobre a França e Espanha durante as Guerra dos Sete Anos.
Na embaixada como Ministro Plenipotenciário estava o Chevalier d'Eon, o segundo em comando, com 1.000 libras de renda, e que na realidade era o estrategista das negociações, tendo inclusive já levado para a capital inglesa documentos preparatórios para o tratado.
Segundo consta d'Eon executou tão bem o serviço a ele encarregado que foi premiado com mais de 6.000 libras, além de ser condecorado com l’Ordre royal et militaire de Saint-Louis, a Ordem Real e Militar de São Luís, no dia 30 de março 1763, em cerimônia no Palácio de Versalhes.
A Ordem tinha três classes:
1-            Cavaleiro,
2-            Comandante;
3-            Grã-Cruz.
E d’Eon recebeu a de primeira classe, foi feito Chevalier, Cavaleiro.
Com isso o filho dos ricos burgueses, o plebeu, se tornou membro da nobreza de França como Chevalier d'Eon, já que muitos nobres de nascença portavam tal Título.
Na brumosa Londres d’Eon organizou uma rede de agentes secreto para o Rei de França, inclusive com membros da nobreza britânica, com destaque seu assessoramento a François Louis Carlet de la Roziere, Marquês de La Rozière, que estava inspecionando as defesas costeiras britânicas, para elaborar um plano de invasão a Inglaterra pela França.
D’Eon sabendo que essa era uma ideia do próprio Rei, colheu o mais que pode informações e documentos, para usá-lo em tempos das vacas magras, pois nunca se sabe o que pensam os Soberanos, um dia eles nos adulam, noutro nos jogam as feras, ou no calabouço, no caso a Bastilha.
E a vida continuou.
Com a volta do Duque de Nevers para Versalhes, D’Eon se tornou o embaixador, o chefe da missão diplomática do Rei de França, e essa embaixada se tornou esplendorosa, magnificente, regada aos melhores vinhos produzidos nos vinhedos da Borgonha, para gaudio dos ingleses.
Por razões que a própria razão desconhece, Claude Louis François Régnier de Guerchy, Conde de Guerchy, Marquês de Nangis, Barão de Guierche, que começou um trabalho de espionagem, a seara de d’Eon, que não gostou nada e entrou em guerra aberta contra o novo embaixador.
Além do que havia o problema da vaidade, pois com a chegada do Embaixador – Conde, de maior rango de nobreza e nomeado para o lugar que d’Eon ocupava – o Chevalier foi rebaixado, passando a ser o quarto em comando, abaixo do Marquês de Blosset, substituto direto da pessoa do embaixador, e dos secretários Leboucher e Bontemps.
Ficou furioso e jurou vingança.
Haviam dois partidos me disputa na Corte de França:
De um lado: Madame de Pompadour, maitresse-em-titre du Roi, Étienne-François, Duque de Choiseul, Secretário de Estado para os Negócios Estrangeiros tenente-general dos exércitos do Rei, considerado o verdadeiro "vice-rei da França", mais César Gabriel de Choiseul, Duque de Praslin, entre outros.
Do outro lado: A família de Broglie, com Charles-François de Broglie, Marques de Ruffec, e seu irmão, Victor François de Broglie, segundo duque de Broglie e Marechal de França, entre outros.
E d’Eon não sabia como agir, até ver negado o seu pedido de pagamento das dividas contraídas quando era embaixador por Étienne-François, Duque de Choiseul, Secretário de Estado.
Ficou mais furioso ainda e continuou jurando vingança.
Há disputa entre de Guerchy e d’Eon continuou sem quartel.
Uma cena de vaidades foi montada e o Claude Louis François Régnier de Guerchy, Conde de Guerchy, Marquês de Nangis, Barão de Guierche, comunicou a Luís XV que Charles-Geneviève-Louis-Auguste-André-Timothée, Chevalier d'Éon de Beaumont, tentou envenena-lo.
D’Eon é publicamente renegado pelo Rei, mas no particular Luís XV, mago em ações duplas, “ tramite segurança e tranquilidade ao Chevalier, pedindo até que assessore o embaixador”, mais que finório.
A crise estava criada e tanto o Conde de Guerchy, quanto d’Eon, apelaram para Charles Montagu, Barão de Halifax, com intuito de que ele defendesse os interesses de cada um de maneira imparcial, inclusive patrocinado um duelo, mas não tiveram sucesso.
Nesse imbróglio certo Pierre-Henri de Treyssac Vergy, um aventureiro a soldo do Duque de Praslin, enviado a Inglaterra, junto com um tal Ange Goudar, para assessorar o Conde de Guerchy em sua guerra aberta redigindo panfletos contra o Chevalier, mudou de lado e passou apoiar o d’Eon, chegando a testemunhar a favor desse na ação contra seu antigo empregador, o Conde de Guerchy.
De Guerchy perde.
Assim, “ velho, doente, muito cansado, sua aposentadoria é concedida por Luís XV, e em 20 de julho de 1767 deixa definitivamente a Embaixada do Rei de França junto ao Rei da Grã-Bretanha. Chantageado por Treyssac Vergy que possuía copias de suas cartas ao Duque de Choiseul, não conseguiu pagar a quantia pedida, e elas são publicadas. Morreu no ostracismo em Paris no dia 17 de setembro 1767. ”
A embaixada do Conde de Guerchy é considerada como o epilogo das tristes relações internacionais durante o l’ Ancien Regime.
O que é certo é que o Governo de Sua Majestade Britânica protegeu d’Eon.
D’Eon sem dinheiro, a pensão do Rei de França foi interrompida, publicou:
1-            Correspondência diplomática sob o título “Lettres, mémoires et négociations particulières du chevalier d'Eon” março 1764;
2-            Um livro sobre administração pública, “Les loisirs du Chevalier d'Eon”, que foi publicado em treze volumes em Amsterdã em 1774
Cautelosos, pois sabiam das cópias sobre o projeto de Invasão a Inglaterra, “Luís XV concedeu a d'Eon uma pensão anual de 12.000 Libras, mas recusou pagar suas dívidas em torno de 100.000 libras.
D'Eon continuou a trabalhar como um espião, mas viveu no exílio político em Londres.
De posse de cartas secretas do Rei, que lhe dava proteção contra novas ações francesas, Charles-Geneviève-Louis-Auguste-André-Timothée, Chevalier d'Éon de Beaumont, ou simplesmente chevalier d'Eon não poderia retornar nunca para a França.
Na Inglaterra se aposta em tudo, “e na London Stock Exchange foi criada uma sobre o verdadeiro sexo de d'Eon. D'Eon foi convidado a demostrar seu sexo, mas recusou-se, dizendo que o exame seria desonroso para ele, e depois de um ano sem progresso, a aposta foi abandonada”.
Tentou passar por mulher, declarou-se hermafrodita, pintou e bordou.
Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, professor de harpa de Madames , as quatro filhas do Rei Luís XV , que residem na corte, foi enviado por Luís XVI para negociar com d’Eon todas as cartas e planos que ele retinha envolvendo o finado Rei e seus Ministros, além da “Mémoires secrets d'une femme publique de Théveneau de Morande , dirigé contre la comtesse du Barry, favorite royale” - Memórias Secretas de um mulher pública de Théveneau de Morande , contra o Condessa du Barry, favorita real- ultima amante do fogoso Rei de França morto.
Levou tempos, mas acompanhado de num documento de 20 páginas  onde d’Eon assumia certas obrigações, incluso de se vestir de mulher e passar a se chamar mademoiselle d’Eon, de receber um anuidade garantida, autorizado a continuar a usar a insígnia da Ordem de Saint-Louis, e quando a oferta do rei incluiu fundos para um novo guarda-roupa de roupas femininas, d'Eon concordou, e  o espião do Secret du Roi entregou tudo que o novo Rei de França queria, Ato continuo Luís XVI acabou com o serviço de “ Le Secret du Roi”, pelo menos oficialmente.
Desafiador D'Eon deixou Londres 13 de agosto de 1777e se apresenta na Corte de Versalhes com seu uniforme de Capitão dos Dragões.
Luís XVI responde com a cobrança do acordo no que tange suas obrigações de ser Mademoiselle d’Eon e de vestir com roupas de mulher.
E apresentado a rainha Maria Antonieta com a mais bela criação de Rose Bertin, La ministre des modes de La Reine, ou seja, a estilista da Rainha.
D’ Eon se torna o queridinho da capital.
Até que, d’Eon teimou em querer lutar na Guerra da Independência dos Estados Unidos, como Capitão dos Dragões, nos Exércitos da Marquês de Lafayette, o que deixou Luís XVI muito furioso, tanto que em 20 de março de 1779 manda prendê-lo, para depois o exila-lo para a propriedade da família em Tonnerre.
Em 1783, Luís XVI lhe dá permissão para voltar a Paris e de retomar a Grã-Bretanha, para acertar seus assuntos particulares, já não goza mais de sua pensão do Rei.
Eclode a Revolução Francesa de 1789, e elle é forçado a permanecer na Inglaterra.
Na miséria ensina esgrima e vende sua excecional biblioteca.
Vestido de mulher aceita duelos para ganhar a vida, e é preso por dividas.
Em agosto de 1796 é ferido gravemente no pulmão, e passa a viver na mais total miséria, pois está velho, gordo, impedindo de fazer grandes movimentos, já que estava paralisado após uma queda devido ao ataque vascular.
Morre vestido de mulher em Londres,21 de maio de 1810, aos 81 anos de vida.
No necrotério os cirurgiões ficam espantados, pois aquela senhora é um homem, com um avantajado pênis, mas de acordo com a sua idade.
“O cirurgião Copeland junto com dezessete testemunhas, membros da Faculdade de Medicina da Grã-Bretanha, fazem o relatório médico-legal, datado de 23 de maio de 1810:
"Nisto, certifico que examinei e dissecado o corpo do Chevalier d'Eon na presença do Sr. Adair, o Sr. Wilson, o Padre Elysee, eu encontrei os órgãos masculinos totalmente treinados e em bom aspecto”, seja isso o que o inglês quis dizer.
E d’Eon foi enterrado no cemitério da Paroquia de São Pancrácio, no Condado de Middlesex.
Entretanto, como parece ter sido uma vala comum, pois consta com tendo sido sepultado em meio a 49 homens e 32 mulheres, todos vestidos, o local exato não foi até hoje localizado.

Foto Galeria:



Charles-Geneviève-Louis-Auguste-André-Thimothée d'Éon de Beaumont
dans son uniforme de capitaine des Dragons
Pierre-Adrien LE BEAU (1744-1817?) d'après Claude-Louis DESRAIS (1746-1816)
 Lyon, Bibliothèque municipale



Mademoiselle de Beaumont, chevalier d'Éon
Pierre Adrien LE BEAU (1744-1817?) d'après Claude-Louis DESRAIS (1746-1816) —
Lyon, Bibliothèque municipale





Sátira do duelo esgrima entre
 "  Mr. St. George e Mademoiselle la chevaliere d'Eon de Beaumont  "
no Carlton House em 9 de Abril de 1787 .
Gravura Victor Marie Picot baseado no trabalho original de Charles Jean Robineau


 E assim....



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